Recentemente o filme Pulp Fiction completou 20 anos. Dirigido por
Quentin Tarantino o filme consagrou o diretor que tinha 30 anos na época como
um dos maiores nomes do cinema mundial.
Pulp Fiction se destacou por ser um filme de baixo orçamento, um roteiro
extremamente atípico, e repleto de ousadia misturando elementos da cultura pop
com uma ideia de total banalização da violência.
Um dos elementos pop englobados pela visão do diretor é o fetiche.
O fetiche como um todo: por roupas sensuais, por sangue, por armas e etc. Mas
um fetiche em especial também está presente o tempo todo durante o filme: o
fetiche por pés.
Sim, hoje é de conhecimento mundial que Tarantino é um fetichista
de pés e todos os seus trabalhos acabam por esbarrar nesse tema. E foi em Pulp Fiction que ele criou isto, que podemos entender como uma “assinatura” em
seus filmes.
Em 1994, quando o filme começou a ganhar fama, a atriz Uma Thurman
foi a portadora da notícia de que Tarantino se declarou um apaixonado pelos pés
dela, e isso foi muito bem demonstrado durante diversas cenas do longa. O bom
apreciador de detalhes (e bom podólatra) logo repara o caráter proposital de
colocar a atriz descalçando os sapatos para dançar twist, em uma das cenas que
se tornaria clássica do cinema. Em seguida mais um close na atriz caminhando e
sutilmente mostrando a sola dos pés para o olhar da câmera que a seguia. Para
completar a atriz participa de um diálogo que também se tonou célebre na
historia do cinema, em que o assunto era a veracidade de um cara ter sido
jogado pela janela, pelo fato de ter-lhe feito uma massagem nos pés.
O fato é que junto com os 20 anos de sucesso do filme Pulp
Fiction, podemos também atribuir 20 anos de divulgação da podolatria no
universo pop e no pensamento coletivo das gerações que vieram a seguir. Fãs de
Tarantino passaram a conhecer e até curtir as manias e taras de seu ídolo, e
também muitos podólatras passaram a apreciar o diretor por essas suas
características.
Podem reparar. Em todos os filmes roteirizados, ou dirigidos, por
Quentin Tarantino, os pés femininos são registrados de uma forma ou de outra
pela lente do diretor. Seja em cenas com simples detalhes de enquadramento, até
cenas evidentes em que a ideia é mostrar e abusar do pé de determinada atriz do
elenco, em situações tipicamente desejadas por um podólatra.
Quer exemplos? A franquia Kill Bill também dirigida por Quentin Tarantino
mais uma vez abusou de enquadramento com closes nos pés de sua diva Uma
Thurman. No filme 1, a câmera explora deliciosamente os pés dela (paralisados),
com closes nas solas, nos dedos e uma sequencia caprichada com os pés em
destaque, em que podemos dizer que as cenas foram realmente escritas em função
do fetiche do roteirista. Já no filme 2, em outra cena fruto da tara do
roteirista e diretor, percebe-se alusão
ao crushing (variação do fetiche podolatria que é o ato de pisar e esmagar
coisas com os pés. Muito fantasiada por adeptos) onde os pés descalços da
personagem Beatrix
Kiddo esmagam o olho recém arrancado de sua inimiga.
Os exemplos continuam, e os pés são definitivamente as armas sensuais de Tarantino em seus filmes. No longa Jackie Brown é a vez da atriz Bridget Fonda ganhar closes suculentos de seus pés. Em outro título, Death Proof, pernas cruzadas e pés femininos esticados para o alto abrem as cenas iniciais do filme junto com os letreiros apresentando o elenco. Imagine um podólatra no cinema assistindo isso na telona? Certamente o que lhe vem à cabeça é de que apenas aqueles 2 minutos de frames já lhe compensaram o ingresso. Mas não para aí. Em outra cena, os mesmos pés esticados para o alto se exibem tão sedutores que recebem um ataque de língua de um dos personagens. Diane Kruger é atriz que empresta seus pés a outra cena - fruto da cabeça do diretor - no filme Bastardos Inglórios. Neste filme vemos até o fetiche por pés em bota de gesso, que também é explorado. E finalmente no filme Um Drink no Inferno é a vez do próprio Quentin Tarantino mostrar sua habilidade como podólatra lambendo os pés da atriz Salma Hayek lhe servindo bebida, em mais uma cena clássica da história do cinema e do universo podo. Neste filme Tarantino apenas atuou, e são explícitos os motivos que levaram o diretor Robert Rodriguez a convidar o ator para interpretar exatamente o papel do personagem que, em toda a trama, possuía seu ápice na história com a ação de abocanhar um pé.
texto by doug dink